A Igreja Paroquial de Moledo insere-se no conjunto de igrejas que sofreram modificações no século XIX. Inicialmente, é datada do séc. XVII, encontrando-se, actualmente, dentro dos cânones decorativos e, em grande parte, estruturais do século XIX.
A planta é longitudinal com nave única e cabeceira rectangular, com telhado de duas águas. Do lado Norte encontramos anexadas duas sacristias – a primeira dando acesso ao corpo da igreja e a segunda à cabeceira – também elas de forma rectangular. Uma torre sineira ergue-se na fachada principal, tendo sido construída no século XIX.
A sua fachada simples e austera na sua decoração, ostenta uma porta rectangular encimada por um dintel liso, erguendo-se dois pequenos pináculos, decorados com motivos vegetalistas, ladeando um frontão curvo interrompido – ornamentado com volutas, e tendo, no meio, uma concha voltada para cima. No nível superior existe uma pequena rosácea em losango decorada com traços curvos e motivos florais. Todo este conjunto é encimado por uma cruz latina austera, que se encontra no telhado.
No interior, podemos contemplar a cabeceira, com um retábulo do século XIX – predominando a azul e o vermelho, com pouca decoração, de gosto neoclássico. Separando o corpo da igreja vemos um arco cruzeiro decorado com linhas curvas, em granito. Ao longo do corpo da igreja, do lado do Evangelho podemos admirar dois retábulos – um em honra de Santo António e outro dedicado a Nossa Senhora de Fátima – enquanto que no lado da Epistola, existem os retábulos dedicados ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria, todos eles do século XIX. Também do lado da Epistola, encontra-se o retábulo das Almas (Altar das Almas), datado do século XVII, e sendo a evidência mais clara que a igreja é do mesmo século. Todos os retábulos, com excepção ao Imaculado Coração de Maria, encontram-se envolvidos por um arco de meia volta, tendo caixotões decorados com florões no intradorso, e com uma cartela, ao gosto barroco, no fecho, exibindo o símbolo dos patronos titulares.
Autoria do texto: Laurent Fernandes (Historiador de Arte) / 2008
Fotografias: Daniel Rosa / 2007
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