No primeiro dia do ano de 1933, inaugurou-se a sede da Associação Moledense de Instrução na Avenida Doutor Dantas Carneiro, ainda existente mas devoluto, tendo passado a associação para o actual Centro Cultural de Moledo do Minho, junto à Junta de Freguesia. Remetendo ainda aos primórdios, nos anos de 1934-35 chegaram a existir duas associações, ditas "rivais": uma que se apelidava de "Assembleia", formada pelos veraneantes, funcionando apenas nos meses de Verão, e outra designada de "Casino", formada pelos moledenses.
Nesta curta disputa, acabaria por subsistir apenas uma associação, a dos moledenses, tendo-se dado início à edificação de um "Casino" na Avenida Engenheiro Sousa Rêgo (onde se situa actualmente o Bar P'ra Lá Caminha), que substituiria a, então, actual sede. O imóvel nunca chegaria a ser concluído, por falta de verbas, pelo que se trata de um projecto inacabado e não de "ruínas" como muitas vezes é, erradamente, designados os alicerces e algumas paredes que ainda hoje persistem. O autor do risco terá sido João Porto, natural de Vilar de Mouros.
O fracasso do projecto não abrandaria a actividade da Associação, mantendo a sua sede na Av. Dantas Carneiro, que continuaria com os seus bailes e espectáculos de teatro proporcionados por amadores. Inclusive, naquele edifício actualmente degradado e prestes a ser devorado pela própria natureza, embuído como que num espírito romântico, António Pedro, chegado a Moledo em 1950, encenou a peça "Leão da Estrela" (da autoria de Ernesto Rodrigues, Félix Bermudes e João Bastos), trabalhando na mesma o nosso conterrâneo Manuel Guardão, um dos grandes impulsionadores da actividade da Associação e, porque não dizê-lo, defensor dos interesses de todos nós Moledenses.
As décadas de 40 e 50 foram prósperas em espectáculos de teatro e bailes, muito graças a ilustres mas humildes Moledenses, como o já citado Senhor Manuel Guardão, mas também devido ao vasto legado teatral existente em Moledo, já desde o Teatro que lá existiu, de nome "Afonso", inaugurado em 1884 pela então designada "Sociedade dos curiosos da freguesia". O rasto do Teatro Afonso perde-se na década de 20 do século XX, pelo que, a constituição da AMIR foi uma medida feliz, mantendo-se a tradição teatral e recreativa nesta aldeia.
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