01/01/09

História de Moledo | History of Moledo



O topónimo Moledo, significa pequeno monte de pedras, uma alusão ao aspecto geral do solo. A sua constituição geomorfológica é bastante variada, com a serra, a Sul e a Nascente, onde se sobressai o monte de Facho em frente à Capela de S. Isidoro. O monte de Facho, assim se chamou, por ter aí ter havido, em tempos idos, um sinal para os mareantes. A freguesia explana-se no sopé da encosta formando uma concha que a protege na defesa dos ventos do Norte pelo pinhal do Camarido e pelo monte de S. Tecla, na Galiza. Desde meados do século passado, quando o turismo interno começou a ganhar vulto, sobretudo o veraneio à beira-mar, a parte rural, a que se chama propriamente a freguesia, paralisou um pouco dando, lugar ao desenvolvimento urbano da praia, que contribuiu, em parte, para a economia e a notoriedade da freguesia.

Havia em Moledo dois tipos de locomoção dos moinhos de moer grãos de milho e trigo, os de vento e os de água, quase todos eles desaparecidos ou reconstruídos em habitação.

Havia cinco ou seis moinhos de vento junto ao mar dos quais existe memória fotográfica e que alguns eram deslocalizados por juntas de bois, pois tinham umas rodas grandes que dariam mobilidade aos moinhos conforme os ventos que se pretendiam certos.

Os moinhos a água funcionavam junto ao rego das Preces, sobretudo localizados em Prado e Fulão, pois produzia-se nesses tempos bastante linho, dando azo a muitos fiados e espadeladas à moda do Alto Minho.

Em tempos afastados havia camboas que eram formados por pedras encravadas na areia em meia-lua, virada à Terra, que serviam para apanhar peixe, quando vinha a baixa-mar.

O associativismo, em Moledo, teve o seu início em 1648 com a constituição da Confraria de Santo Isidoro.

Em 1731 é fundada a Irmandade das Almas, que ainda hoje existe, sem desvios nem desvirtuamentos dos seus princípios.

A Irmandade do Senhor ou Santíssimo Sacramento, da qual apenas se conhece como data provável da sua fundação, o que consta da Provisão Regia de quatro de Maio de 1816, que dava o direito de receber o produto da arrematação do Sargaço do Portinho do Senhor, direito esse extinto em 1914. Estas Irmandades deviam obrigação à Junta de Paróquia a quem prestavam contas anualmente. Foram criadas, ainda, as Irmandades do Coração de Jesus e do Coração de Maria, esta constituída em 1962, desconhecendo-se a data da constituição da do Coração de Jesus.

Após a implantação da República em 1910, foi constituída em Moledo, a primeira Associação Cívica e Cultural, denominada, Centro Republicano, que teve a sua sede no salão da casa de João Silva.

A A.M.I.R.- Associação Moledense de Instrução e Recreio, fez a sua inscrição no Governo Civil de Viana do castelo, em 1933, sendo seus principais fundadores: João Afonso Rodrigues da Costa, conhecido por "João das Iscas", Manuel Joaquim Amorim (comerciante na Rua Manuel Cerqueira), Januário Moreira "alfaiate", Alfredo Moreira, conhecido por "Linholas", Américo Rocha, Artur Júlio Fernandes Fão.

Durante muitos anos, a alma mater da A.M.I.R., foi o Senhor João Silva.

Em 1950, fixava-se em Moledo, António Pedro, homem de Teatro, Poeta, Escritor, Pintor, Ceramista, Critico de arte e Jornalista, deu algum contributo a A.M.I.R. quando ensaiava a peça de Teatro "O Leão da Estrela". António Pedro que veio a ser presidente da direcção com o apoio de João Silva.

No campo das tradições, havia a tradição da missa do galo que desapareceu, durante a qual colocavam dois galos na tribuna, batendo-lhes as palmas para cantarem quando o sacerdote entoasse a glória.

Os Clamores constituíram uma tradição religiosa muito importante tendo caído em desuso.

A queima do Judas, em Sábado Santo, as fogueiras de S. João e de S. Pedro, com o consequente roubo dos carros de bois, as missas das "obradas" no dia seguinte ao enterramento do defunto.

Em relação ao passado histórico, mais distante, não é difícil encontrar, no litoral moledense, vestígios do homem da pré-história, encontrando-se facilmente testemunhos da passagem do homem, na rude tarefa de colher alimentos, servindo-se de seixos rolados que talhava com perícia invulgar.

Era com estes instrumentos rudimentares que arrancava dos penedos o marisco para a sua alimentação, ou custava os animais e as planta de que carecia.

Da cultura asturiense, é fácil colher, à flor da terra, picos, bem como percutores e pesos de rede.

A primeira referência histórica a esta freguesia encontra-se nas Inquirições de D. Afonso III em 1258.

O Rei apenas detinha uma quarta parte da Igreja, com os seus rendimentos.

Diz que João Nunes de Cerveira comprou o quinhão de uma mulher que era herdeira doutra quarta parte, por a ter aforado ao rei, da qual ela e os seus herdeiros pagavam renda.

Nesta época, a igreja paga ao Rei, pela quarta parte que lhe cabia, um maravedi, pelo S. João. Do restante pagava contributo ao bispo de Tui a quem pertenciam as outras partes, do qual está de um documento da lista das Igrejas e Diocese de Tui elaborado entre 1258 e 1259 no qual Moledo pertencia ao bispado de Tui.

Também se diz, nas mesmas inquirições, que o rei possuía um casal de reguengo no sítio do Loureiro, recebendo por ele a terça de todas as colheitas.

Em 1320, a renda apurada à Diocesse de Tui era de 95 libras. O Censual da diocese de Tui para o arcediagado da Vinha elaborado em 1321, atribui a Moledo o rendimento, para a Sé, de um quarteto de trigo e procuração. Nesta época Cristelo pagava mais no censual de D. Diogo de Sousa, mandado fazer entre 1514 e 1532, a freguesia de Moledo não aparecia, como quase todas as freguesias de Caminha, estava na posse do Marques de Vila Real.

Em 1545-1549, Moledo estava integrado na comarca eclesiástica de Valença e rendia 40 mil réis.

Segundo o Censual de D. Frei Baltazar Limpo, entre 1551-1581, Moledo estava dividida em três partes, quanto ao seu rendimento. Uma parte para o Marquês de Vila Real, as outras para o benefício, uma com cura e outra sem cura d`almas.

Esta freguesia passou por herança, para os duques de Caminha até 1641, em que o último duque de Caminha foi enforcado por traição, sendo-lhe confiscado todos os seus bens, que passaram para casa do Infantado.

Em 1706 era padroado da casa do Infantado, detendo o direito de apresentar pároco, e o seu rendimento cifrava-se em cem mil réis.

A Ordem de Cristo, também, detinha dois prestimónios sobre o rendimento do benefício, com noventa mil réis cada um.

A casa do Infantado foi extinta em 18 de Março de 1834, sendo incorporados os seus bens e rendimentos e foros, no património nacional.

A via-férrea aparece em 1878 e a estrada nacional, hoje estrada velha em 1857. Em 1916 abre-se a Rua Senhora ao Pé da Cruz numa tentativa de ligar a freguesia à praia um aglomerado populacional em constante crescimento, iniciado no século XIX pelo moledense António Manuel Alves do Casal. O grande impulsionador do desenvolvimento da praia de Moledo foi Dr. Arnaldo de Sousa Rego, aquando Presidente da Câmara Municipal de Caminha.

Quando em 1919, foi proclamada a monarquia do Norte, Moledo não ficou insensível.

Como o governo republicano enviasse uma divisão naval para o Norte do país, a Junta Governativa do Reino, estabeleceu postos de defesa em Afife, Âncora e Moledo, vindo para este último uma força da infantaria nº 6 sob o comando de um tenente, que se instalou no antigo hotel e casa da pensão de Moledo do Minho, mais conhecido pelo hotel D. Cândida onde estabeleceu quartel.

Em princípios de Fevereiro de 1919 a Marinha de Guerra bombardeou a estação de Âncora.

No dia seguinte, pela tarde, Moledo sofreu um ataque durante 40 minutos, pelos navios de guerra com pontarias certeiras, devido a encontrarem-se a bordo marinheiros de Lanhelas que conheciam a região.

Ainda, a respeito da história desta freguesia, no livro "Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo" diz textualmente: «Nas Inquirições de D. Afonso III, esta freguesia é já mencionada, figurando na relação das igrejas pertencentes à diocese de Tui, elaborada entre 1258 e 1259.».

Na lista das igrejas mandada fazer por D. Dinis, em 1320, para apuramento de taxa, Moledo ficou a pagar à coroa 95 libras. Para o cabido da Sé de Tui, em 1321, pagava um quarteiro de trigo e procuração para o arcediagado da Vinha, como se depreende do Censual. Entre 1545, Moledo encontrava-se inserida na comarca eclesiástica de Valença, com um rendimento aproximado de 40 mil réis.

Pertencia, em 1839, à comarca de Monção, em 1852, à de Viana do Castelo e, em 1878, à de Caminha.

Brasão: escudo de verde, duas armações de moínho de ouro, vestidas de prata, alinhadas em faixa; em campanha, duas burelas ondadas de prata; brocante, rodanho de ouro com sua rede de prata. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "MOLEDO – CAMINHA".

Bandeira: branca. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.

Selo: nos termos da Lei, com a legenda: "Junta de Freguesia de Moledo – Caminha".

Escudo de verde: a lembrar, fundamentalmente, os campos agrícolas e o esplendoroso mar oceânico de Moledo.

Duas armações de moinho de ouro, vestidas de prata: a simbolizarem, os moinhos de vento, que eram comuns junto à praia e dos quais ainda há vestígios.

Duas burelas ondadas de prata: são a referencia ao mar e à sua excelente praia, (tendo em conta que estão em fundo verde advindo daí essa característica), Mar e praia essas, que se constituem em motivo de grande orgulho para os moledenses e caminhenses, em face da sua fama nacional e não só, com a qualidade reconhecida pela atribuição da Bandeira Azul, o galardão mais cobiçado pelas praias que se candidatam.

Rodanho de ouro com sua rede de prata: uma peça para apanhar o sargaço, de importante valor simbólico para Moledo, se considerarmos a actividade agrícola, na qual o sargaço era e é utilizado como adubo, e a ligação das populações de Moledo ao mar, como forma, também, de sustentabilidade económica.


Fonte: www.freguesiamoledo.pt

Informações Úteis | How to get there and where to stay

Como chegar
How to get there

Comboio: desde o Porto, comboio em direcção a Valença/Vigo (Estação "Moledo do Minho"; estações próximas "Vila Praia de Âncora" e "Caminha").
By train: from Porto, direction "Valença/Vigo" (exit in "Moledo do Minho" or other near stations like "Vila Praia de Âncora" or "Caminha")
Trains and timetables in:
http://www.cp.pt/

Autocarros: directos do Porto até Caminha (vila que dista 3 km de Moledo do Minho)
By Bus: directly from Porto to Caminha (distance from Moledo, 3 km)
http://www.avic.pt/
(see "Transportes/Expressos"; daily buses fom Lisbon and Oporto to Caminha)

Carro: do Porto através da A28; de Tui (Espanha)/Valença do Minho pela N13 - saída Moledo do Minho
GPS: N 41º 50' 58,68'' , W 8º 52' 0,18''
By Car: from Oporto take the A28; from Tui (Spain)/Valença do Minho take the N13 - exit Moledo do Minho

Aeroportos próximos: Vigo (Espanha) e Aeroporto Sá Carneiro (Porto)
Near Airports: Vigo (Spain) and Aeroporto Sá Carneiro (Oporto)


Onde ficar
Acommodation

Hotel Porta do Sol****, Caminha
+351 213 300 541
reservas@hotelportadosol.eu

Pensão Residencial Galo de Ouro , Caminha
Hostel
Tel: +351 258 921 160

Pensão Residencial Arca Nova, Caminha
Hostel
Tel: +351 258 721 590

Parque de Campismo do Camarido, Caminha (Foz)
Camping Park
Mata do Camarido
Tel: +351 258 921 473

Aldeamento Turístico do Camarido (Cristelo/Caminha)
Tel.: +351 258 722 130
Mata do Camarido, Lugar da Joaninha
1km to Moledo beach
http://aldeamento.no.sapo.pt/


Onde comer
Where to eat

Bar P'ra lá Caminha, Moledo do Minho (recommended)
"Slow-food" concept - snacks (hot and cold sandwichs), light meals (including salads, pastas) and composed meals.
Avenida 25 de Abril (facing the beach)
9:30am to 3:00am
Tel: +351 258 722 606

Restaurante "O Palma", Moledo do Minho
Restaurant
R. Manuel Afonso
Tel: +351 258 922 839


Moledo do Minho: Introduction

Moledo do Minho é uma pequena aldeia a Norte de Portugal, mais conhecida pela sua reluzente praia enquadrada num cenário de sonho. Se encararmos o mar, a nossa vista tanto se perde na sua imensidão como se depara com a fortaleza e antigo convento da Ínsua (onde a lenda conta que existiria um templo erigido em honra de Saturno) ou o longínquo Monte de Santa Tecla (Espanha). Como que amparando as nossas costas surge a montanha, ideal para caminhadas ou passeios de bicicleta, que combinam a harmonia da natureza à vista panorâmica sem comparação.

Moledo do Minho is a small village in the North of Portugal, mostly known by its wonderfull beach framed in a dream scenario. If we face the sea, our view cannot only be taken away in the immensity of the ocean but also we immediatly notice the ancient Insua's convent and fortress (where the legend tells that existed a temple in honor of Saturn) or the distant Santa Tecla's mountain (Spain). In the other hand, our back are embrassed by the mountain, ideal for walking or bike riding, that mix nature's harmony with a splenderous panoramic view.

Pode visita-la durante o Inverno, usufruindo dela como um refúgio, onde a calma e o silêncio - somente quebrado pelas ondas do mar - são a melhor terapia para revigorar corpo e mente. Moledo do Minho é muito frequentada nos meses de Verão, quer por portugueses ou estrangeiros, que aqui se deslocam para usufruir da praia, praticar windsurf/kitsurf ou simplesmente, para relaxar. Inúmeros bares - para todos os gostos - abrem nestes meses, proporcionando um enorme leque de opções consoante a sua disposição. Diversão nocturna garantida!

Can be visited during the Winter, enjoying it as a refuge, where the calm and the silence - only breaked by the waves - are the best therapy to recover your body and soul. Moledo do Minho is very crowded during the summer months, not only by portuguese people but also by foreigns, that choose this beach to relax and enjoy the multiple sports that we can practice here, such as windsurf and kitsurf. Pleanty of bars - for every taste - are open during the summer, offering a huge range of options depending on your mood. Nightlife party granted!

Mas Moledo não é apenas praia, paisagem ou diversão - é história, rica em tradições e costumes que se mantêm há décadas, lendas e património que merece certamente uma especial atenção. Os interessados numa visita mais cultural não ficarão, de forma alguma, desapontados!

But Moledo its not only beach, landscape or fun - it's History, rich in traditions and costumes that are kepted since ages, legends and heritage that certanly deserve a special attention. For those who are interested in a more cultural visit will not be, in any way, disappointed!

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O que ver e fazer | Must See & Must do

Praia e sua paisagem
(ideal, por ser ventosa, para a prática de windsurf e kitsurf)
Beach and landscape
(this windy beach is ideal to practice windsurf and kitsurf)

Forte e Convento da Ínsua
Antigo convento do século XV
Ínsua's Fortress and Convent
Ancient convent from the fifthteen century

Capela Privada de Santa Teresa
Estilo Barroco (século XVIII)
Santa Teresa Private Chapel
Baroque (eighteen century)

Casa de António Pedro (Pintor surrealista Português)
António Pedro House (important surrealistic painter)

Igreja Paroquial e o seu famoso Painel das Almas
Neoclassica (século XIX)
Church and the famous "Painel das Almas" (sculpture panel)
Neoclassic (nineteen century)

Capela Nossa Senhora de ao Pé da Cruz
Nossa Senhora de ao Pé da Cruz Chapel
Estilo Barroco/Neoclássico; Início Século XVIII
Baroque/Neoclassic; Early XVIII century

Capela de Santo Isidoro
Neoclássica (século XIX)
Religious architecture, neoclassic (nineteen century)

Mapa | Map